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A recente habilitação concedida pelo Ministério da Saúde destaca o HM como o único centro no estado autorizado a realizar esse procedimento
O Hospital de Messejana Dr. Carlos Alberto Studart Gomes (HM), integrante da rede da Secretaria de Saúde do Ceará (Sesa) e reconhecido como centro de excelência em atendimento cardiovascular de alta complexidade, agora realiza Implante Percutâneo de Válvula Aórtica (TAVI) pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
A recente habilitação concedida pelo Ministério da Saúde, publicada no Diário Oficial da União (DOE) em 9 de abril de 2024, destaca o HM como o único centro no estado autorizado a realizar esse procedimento. O TAVI é indicado para pacientes com estenose aórtica grave, especialmente aqueles com contraindicação para cirurgia convencional de peito aberto e com idade igual ou superior a 75 anos.
A estenose aórtica, caracterizada pelo estreitamento da válvula aórtica, é uma condição que compromete o fluxo sanguíneo do coração para o resto do corpo, sendo suas principais causas o envelhecimento, a calcificação das válvulas cardíacas e defeitos congênitos. O doente sente cansaço, falta de ar, dores no peito e desmaios, além de haver possibilidade de morte súbita. O tratamento convencional requer cirurgia aberta, porém, graças ao avanço tecnológico do TAVI, agora é possível realizar o procedimento de forma minimamente invasiva, reduzindo tanto o tempo de internação quanto os riscos, especialmente para pacientes idosos.
Em 2015, os profissionais do HM participaram de uma demonstração de TAVI conduzida por uma equipe de visitantes. Mas somente em 2019 a instituição passou a realizar, de forma regular, essas cirurgias de alta complexidade e alto custo para atender demandas judiciais, devido à falta de uma tabela de pagamento específica no SUS. Desde então, a unidade já realizou 75 desses procedimentos até o dia 22 de abril de 2024.
O TAVI é indicado para pacientes com estenose aórtica grave; procedimento é menos invasivo
Carlos Augusto Lima Gomes, diretor-geral do Hospital de Messejana, enfatiza que a conquista da habilitação foi resultado de um esforço conjunto e destaca a expertise da unidade em oferecer tratamentos cardíacos de alta complexidade à população cearense. “Passamos por várias comissões, apresentamos as produções, os procedimentos de TAVI realizados nestes últimos anos, padronizamos fluxos de atendimento específicos para esses pacientes e agora fomos homologados. É um ganho para a população do Ceará, principalmente dos mais idosos, e reforça a excelência do HM em prover uma assistência especializada”, complementa.
Para o cardiologista intervencionista e coordenador do Serviço de Hemodinâmica do HM, Breno Falcão, a TAVI é um procedimento que revolucionou o tratamento de pacientes com estenose aórtica. “São pacientes de alta complexidade, que têm uma oportunidade de tratamento menos invasiva, com um tempo de internação reduzido, sem riscos de complicação e com uma recuperação bem mais rápida”, reforça.
O especialista explica ainda que o procedimento consiste na colocação de uma prótese na válvula aórtica. O implante percutâneo é realizado através de cateter puncionado na região da virilha do paciente. Esse cateter leva o dispositivo compactado até o coração e uma vez confirmada a localização correta, sob a visão da ecocardiografia e de injeções de contraste, o dispositivo é então expandido e implantado, substituindo a válvula doente.
Para receber a indicação do TAVI, o paciente é avaliado pela Heart Time, uma equipe de especialistas responsável por chancelar as indicações e acompanhar os resultados assistenciais. A equipe é composta por cardiologista intervencionista, cardiologista clínico, cirurgiões cardiovasculares, ecocardiografista, anestesista, radiologista e enfermeiros que avaliam os riscos do paciente e contraindicam o procedimento tradicional de peito aberto. Somente são indicados aqueles que preenchem os requisitos de gravidade.
O Serviço de Hemodinâmica do HM realiza procedimentos diagnósticos e terapêuticos na área cardiovascular, 24h por dia, todos os dias da semana. Por mês, são realizados cerca de 750 procedimentos médicos, entre angioplastia, cateterismo cardíaco, tratamento de doenças estruturais congênitas, avaliações para transplantes cardíacos, biópsia do miocárdio, colocação de marca-passo, diagnóstico e procedimentos terapêuticos em crianças portadoras de cardiopatia congênita, estudo eletrofisiológico e terapêutica das arritmias cardíacas e procedimentos diagnósticos e terapêuticos na área endovascular.
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