“Sem doação não há transplante e, sem o consentimento familiar, não há doação”. A declaração da enfermeira da Organização de Procura de Órgãos (OPO) de Maringá, Gislaine Fusco Duarte, aconteceu durante a palestra sobre redução dos índices de negativa familiar, no encontro dos profissionais do Programa de Doação e Transplantes da Bahia.
O evento, organizado pela Coordenação Estadual de Transplantes, foi realizado no Hospital Geral Roberto Santos (HGRS), na última sexta-feira (1º), com o objetivo de apresentar os indicadores de 2023, propostas para 2024, além de debater ações que possam impulsionar as doações e falar da importância das notificações. A agenda reuniu profissionais da capital e do interior que trabalham nos hospitais à frente da captação de órgãos a fim de compartilharem experiências e necessidades para que, juntos, possam encontrar soluções.
O médico Eraldo Moura, coordenador do Sistema Estadual de Transplantes, destacou que a Bahia tem uma das maiores negativas familiar, variando de 60 a 70%, a depender do mês, o que impacta, diretamente, na vida das pessoas que, hoje, precisam de um transplante. No estado, são mais de 3 mil pessoas à espera por um órgão ou um tecido.
Carolina Sodré, enfermeira da Central Estadual de Transplantes, lembrou que os motivos mais alegados para não efetivar a doação de órgãos são: a pessoa não se declarar doadora em vida, desejo do corpo íntegro e falta de consenso familiar.
Regina Vasconcelos, coordenadora da Central Estadual de Transplantes, trouxe os números de transplantes realizados, no estado, no período de janeiro a novembro de 2023. De acordo com ela, nesse período, 825 pessoas tiveram suas vidas transformadas com a realização de um transplante, seja ele de córnea, rim, fígado ou coração (reativado recentemente). O número é superior ao do ano de 2022, que foi 781, de janeiro a dezembro.
A lista de espera por um órgão também cresceu. Para se ter ideia, em 2022, a média mensal de pessoas aguardando por um rim foi de 1525. Este ano, a média foi superior a 1650 pacientes, com meses superando 1800 pessoas na fila, como ocorreu em novembro. “Por isso, este tema tem que estar constantemente em evidência, tanto dentro das nossas unidades de saúde quanto na mídia”, salientou Eraldo Moura.
Fonte: Ascom/HGRS
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