Trânsito Paraná
Policiais prendem dez pessoas em esquema que burlava sistema de transferências de veículos
A ação acontece em Curitiba e Região Metropolitana e começaram a pedido do Detran-PR, que identificou a fraude. Mais de 100 policiais civis partic...
02/03/2023 00h20
Por: Redação Fonte: Secom Paraná
Foto: PCPR

A Polícia Civil do Paraná (PCPR) prendeu dez integrantes de um grupo criminoso que burlava o sistema de vistorias e transferências de veículos. O prejuízo gerado às vítimas é de mais de R$ 3,5 milhões. A ação aconteceu em Curitiba e Região Metropolitana na manhã desta quarta-feira (1). A investigação começou a pedido do próprio órgão de trânsito, que identificou a fraude e imediatamente implementou processo de controle mais rígido. 

Oito dos capturados foram presos por mandado de prisão preventiva e os outros dois em flagrante. Durante a ação, ainda foram cumpridos dois monitoramentos eletrônicos e 23 mandados de busca, onde foram apreendidos 13 veículos e duas motocicletas, cocaína, maconha, uma arma de fogo, 31 munições e 49 vasos com sementes de maconha. 

Cento e quinze policiais civis participam da ação, que contou ainda com o apoio de peritos da Polícia Científica e servidores do Detran, além do apoio aéreo de um dos helicópteros e cães da PCPR.   

“A operação é resultado de uma ação integrada e da troca de informações entre a PCPR e o Detran. O trabalho em conjunto entre os órgãos permitiu que identificássemos os integrantes do grupo que estavam realizando as ações criminosas, bem como identificar o modo como agiam”, afirmou o delegado Edgar Dias Santana. 

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“A investigação teve um intenso trabalho da Polícia Civil e do Detran trocando experiências, buscando informações ao longo do tempo e, assim, identificamos o grupo. Fazemos constantes aprimoramentos nos nossos sistemas para que a gente consiga localizar isso de forma prévia e adotar as providências necessárias”, afirmou o diretor-presidente do Detran-PR, Adriano Furtado. 

As investigações iniciaram há nove meses. Indivíduos que não são servidores do órgão montaram um mercado paralelo para usar senhas de despachantes. Eles concediam os acessos a terceiros, que inseriam dados falsos nos sistemas, colocando em circulação carros furtados ou roubados que eram “regularizados” em nome de laranjas. 

O grupo criminoso iniciava a ação utilizando a chave do sistema digital de transferência de veículos de um despachante credenciado ao Detran, e, com ela, alterava os dados dos carros ou motos.  

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Em posse desses veículos furtados ou roubados, o grupo buscava exemplares iguais no sistema e utilizava documentos falsos para transferir carro ou moto para um “laranja”, inclusive fazendo a transferência de domicílio. Na sequência, ele era vendido para um terceiro.   

O proprietário do veículo verdadeiro só percebia que o seu carro não estava mais em seu nome quando fosse pagar os impostos, ao consultar os documentos do veículo pela internet ou ao receber notificação informando mudança de titularidade. 

A PCPR apurou que alguns despachantes apontaram que diversas vistorias haviam sido feitas ao mesmo tempo em lugares diferentes, comprovando a distribuição das chaves para diversas pessoas.