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Cai o número de transplante de córnea no Brasil

Cirurgias oculares diminuíram pela metade, de 2019 para 2020; apesar de novo crescimento, números de 2021 se mantiveram abaixo do período pré-crise...

Redação
Por: Redação Fonte: Agência Dino
04/10/2022 às 11h35

Dados da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO) mostram que o transplante de córnea foi um dos procedimentos mais afetados pela pandemia da Covid-19 no país. Segundo o levantamento, o número de operações realizadas diminuiu de 14,9 mil, em 2019, para 7,1 mil em 2020, ano marcado pelo início da crise sanitária e pela implementação de medidas de restrição social.

Apesar da melhora, em 2021, os resultados ainda permaneceram 16% abaixo do registrado no período pré-pandemia, com 12,7 mil cirurgias óticas. Como consequência dessa queda, a fila de pacientes esperando por um transplante aumentou cerca de 80%: 10,7 mil inscritos em dezembro de 2019 para 18,8 mil no final do ano passado.

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Paraná possui mais de 800 pessoas na fila de transplante de córnea

Somente no Paraná, no Sul do Brasil, a fila de espera para o procedimento ocular já conta com 800 pessoas, segundo o Banco de Olhos Regional de Londrina (BOL). O único banco de doações público do estado registrou a queda no número de captações, desde o início da pandemia, fato que prejudicou ainda mais o andamento da fila.

Se, em 2019, foram registradas 307 doações de córneas e globos oculares no BOL, no ano seguinte, a quantidade era de apenas 76, uma redução de 75,2%. Já em 2021, o crescimento foi de 112%, totalizando 168 concessões. A expectativa para 2022 é de que esses números aumentem. Desde a criação, no ano de 2011, o banco paranaense registrou cerca de duas mil doações, número correspondente a quatro mil córneas captadas em uma década.

Apesar de simples, o procedimento de doação de córnea, assim como de outros órgãos, deve ser autorizado pela família do doador. A captação do tecido é feita em poucas horas após o óbito do paciente. São impedidas de ceder o globo ocular pessoas infectadas por vírus, como HIV, sífilis, leptospirose e hepatites B e C, as que tiveram leucemias e linfomas ativos, algum tipo de infecção generalizada, endocardite bacteriana ou raiva.

Segundo o BOL, após extraída, a córnea é preservada por 14 dias, e os transplantes podem ser feitos em hospitais credenciados pelo Ministério da Saúde, em todo o Brasil. O Banco de Olhos se responsabiliza por todo o procedimento de segurança, qualificação e avaliação do tecido, enquanto a pasta federal de saúde é encarregada pelo processo de doação, por meio do Sistema Nacional de Transplante.

No cenário nacional, o impacto da pandemia também reduziu o número de doações de tecidos oculares. Se, de 2017 a 2019, a média anual de doadores era de 16.850, em 2020, o número diminuiu para cerca de 3.060, nos oito primeiros meses do ano, segundo dados de 37 bancos de captação de 20 estados brasileiros. O levantamento foi feito pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e divulgado em 2022.

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