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Historiadores destacam papel das mulheres no processo de Independência do Brasil
Raisa Mesquita/Câmara dos Deputados Soraya Santos (ao microfone): "É preciso revisitar a biografia de D. Leopoldina" No terceiro dia do seminário...
30/06/2022 16h00
Por: Redação Fonte: Agência Câmara de Notícias
Soraya Santos (ao microfone): "É preciso revisitar a biografia de D. Leopoldina - (Foto: Raisa Mesquita/Câmara dos Deputados)

No terceiro dia do seminário "O Movimento da Independência" na Câmara dos Deputados, nesta quinta-feira (30), historiadores destacaram o papel das mulheres no processo de Independência do Brasil, em 1822.  

A deputada Soraya Santos (PL-RJ) ressaltou a importância de tirar as mulheres da invisibilidade no processo da independência, especialmente da imperatriz Leopoldina, primeira esposa do imperador d. Pedro I.

“Ela foi responsável, dentro da missão assumida no seu casamento, por compartilhar bagagem cultural, conhecimento geopolítico, e ao mesmo tempo que ela partilhava isso como uma grande missão, ela era calada por essa missão”, salientou.

Para a parlamentar, é preciso revisitar a biografia de d. Leopoldina para incluir um olhar sobre a sua estratégia política. Ela disse ainda que a história desmistifica a ideia de que mulheres não gostam de política.

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Professora da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) e autora de estudos sobre D. Leopoldina, Maria Celi Chaves Vasconcelos disse que o processo de silenciamento de mulheres na história atingiu a imperatriz.

“Quando nós olhamos o processo de independência, nós vemos uma série de homens, e a imperatriz Leopoldina foi colocada fora do acontecimento”, afirmou. Segundo ela, a memória sobre Leopoldina está condenada a aspectos de sua intimidade. Maria Celi expôs e analisou uma série de cartas da imperatriz que revelam como exercia influência sobre d. Pedro I e, ao mesmo tempo, era temida por ele, por conta de sua influência política e carisma.

Assunção: "Amélia de Leuchtenberg foi eminência parda no Segundo Império - (Foto: Raisa Mesquita/Câmara dos Deputados)

Amélia de Leuchtenberg
Doutor em História Ibérica, Paulo de Assunção afirmou que Amélia de Leuchtenberg, segunda esposa do imperador d. Pedro I e imperatriz do Brasil entre 1829 e 1831, foi ainda mais apagada que d. Leopoldina. Segundo ele, ela foi uma “eminência parda em todo o segundo império influindo em Portugal, no Brasil e na Corte Francesa”. E, após o falecimento de D. Pedro, foi responsável pela preservação da memória dele. Ainda assim, teve de brigar para receber o dote a que tinha direito por contrato.

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A historiadora Denise Porto chamou a atenção, por sua vez, para a importância da viajante inglesa Maria Graham, que veio para o Brasil durante o processo de independência e fez relatos memoriais da vida privada do palácio. O conhecimento sobre isso se revelou, por exemplo, por meio de cartas trocadas entre Maria Graham e a Imperatriz Leopoldina.