O senador Humberto Costa (PT-PE) defendeu nesta terça-feira (20), em pronunciamento no Plenário, o julgamento dos envolvidos na tentativa de golpe de Estado que teria sido articulada no final de 2022 para manter Jair Bolsonaro na Presidência da República. Ele criticou o depoimento do ex-comandante do Exército general Freire Gomes ao Supremo Tribunal Federal (STF), classificando-o como uma tentativa de amenizar a gravidade dos atos que culminaram nos ataques de 8 de janeiro de 2023.
— O general culpou a memória e reviu o erro que poderia lhe custar caro. Logo validou o que havia dito às autoridades policiais. Confirmou a reunião com Bolsonaro em 7 de dezembro de 2022 para tratar do uso anômalo e criminoso de dispositivos constitucionais, como a garantia da lei e da ordem, o estado de sítio e o estado de defesa, com o fim de que servissem aos espúrios propósitos golpistas — afirmou Humberto.
O senador elogiou a decisão da Procuradoria-Geral da República de defender a manutenção da prisão do general Braga Netto, ex-ministro da Defesa, denunciado como integrante do “núcleo duro” da tentativa de golpe. Segundo o parlamentar, as investigações revelam que houve articulação deliberada de militares da ativa e da reserva, além de membros do governo anterior, para desestabilizar o processo democrático.
Humberto Costa também se posicionou contra qualquer proposta que conceda anistia a envolvidos nos atos antidemocráticos. Para ele, permitir a impunidade é abrir caminho para novos ataques à ordem constitucional. O senador destacou ainda o papel do Congresso Nacional na defesa da democracia e dos princípios estabelecidos pela Constituição de 1988.