Novembro é o mês da prevenção contra o câncer de próstata e de alerta para o cuidado integral da saúde do homem. Segundo o Ministério da Saúde, o câncer de próstata é o segundo tipo de câncer mais incidente entre homens de todas as regiões do país, atrás apenas dos tumores de pele não melanoma. Atualmente, é a segunda causa de óbito por câncer na população masculina, e estima-se cerca de 72 mil novos casos da doença por ano no período de 2023 a 2025.
Os dados evidenciam a relevância epidemiológica do câncer de próstata no país, e justificam os esforços da campanha Novembro Azul para incentivar a prevenção e o diagnóstico precoce, lembrando que a doença não é exclusividade de pessoas cisgênero - que se identificam com seu gênero de nascimento – e sim de todas as pessoas que possuem próstata.
O receio de um diagnóstico negativo ou o preconceito com exames não podem ser motivos para não buscar o atendimento médico necessário, alerta o Dr. Maurício Perez, médico urologista chefe da Urologia Amil no Alto Tietê (SP).
"O câncer de próstata é uma ameaça silenciosa, mas existem sinais, como dificuldade ao urinar, jato urinário fraco, gotejamento após urinar ou sensação de bexiga não completamente vazia. Diante de qualquer sinal ou sintoma suspeito, é importante procurar o serviço de saúde para realizar a investigação diagnóstica”, explica o urologista.
A idade é o principal fator de risco para este tipo de câncer - sendo mais incidente em homens a partir da sexta década de vida - além de histórico familiar da doença antes dos 60 anos e obesidade. Os exames utilizados para diagnóstico são o toque retal e o PSA. O toque retal avalia o tamanho, volume, textura e a forma da próstata, possibilitando o diagnóstico do câncer em seu estágio inicial, o que aumenta consideravelmente as chances de cura.
Já o exame de PSA tem a finalidade de medir no sangue o antígeno prostático específico, que é uma proteína produzida pela próstata disponível na corrente sanguínea e no sêmen. Níveis alterados dessa proteína podem indicar alterações na próstata. No entanto, diversas condições não cancerosas também podem aumentar o nível do antígeno no sangue, como a hiperplasia prostática benigna e a prostatite.
“Existem prós e contras neste rastreamento e o valor de PSA encontrado em um resultado de exame deve ser sempre correlacionado com uma série de outros fatores clínicos. É importante o paciente conversar com o seu médico que deverá avaliar se há indicação para o exame”, orienta o médico.
Manter o peso corporal adequado e adotar hábitos saudáveis, como praticar atividade física, manter uma alimentação saudável, evitar bebidas alcoólicas e não fumar, são atitudes que reduzem o risco de doenças crônicas, como o câncer, problemas cardíacos, diabetes e hipertensão. Outro ponto de atenção deve estar na saúde mental do homem, tema muitas vezes tratado como tabu.
“Historicamente, foi conferido ao homem o papel de provedor da casa e criou-se o mito de que ele deve ser forte e pouco demonstrar sentimentos. Nesse sentido, uma demanda de saúde mental pode ser subvalorizada e encarada como ponto fraco. Mas esse estereótipo vem sendo desconstruído, o que é benéfico sob todos os pontos de vista, inclusive o da saúde. Sabemos que o adoecimento psíquico não escolhe gênero e traz marcas significativas em nossas vidas”, explica Vinícius Ferreira, psicólogo e coordenador do Programa Saúde Mental da Amil.
Cerca de 30% dos participantes do programa são homens e apresentam quadros depressivos graves, psicóticos e dependência química. “Estes agravos afetam de maneira expressiva o dia a dia das pessoas. Prevenção e tratamento são as melhores escolhas”, acrescenta o psicólogo.
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